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/ Corrupção

POMBAL: Prefeito se complica ao falar sobre “Operação Pé na Cova” e desvios de dinheiro

Segundo Maia, a "bomba" dos vereadores da oposição não seria mais que um "traque".

Foto: Blog do Gomes
O prefeito Ricardo Maia é entrevistado pelo comunicador e blogueiro Pedro Mel

Maia_entrevistaREDAÇÃO: Mesmo sendo entrevistado em ambiente dócil, em duas emissoras de rádio irrigadas com dinheiro da prefeitura (AQUI e AQUI), por um estimado cunhado (AQUI), o sr. Ricardo Maia Chaves de Souza, prefeito de Ribeira do Pombal, não conseguiu explicar por que diabos resolveu aplicar dinheiro da Educação nos cemitérios da cidade. Hoje (14/05), Maia gaguejou ao ser indagado sobre o pagamento de salários de coveiros com verbas do FUNDEB e foi escandalosamente poupado pelos dóceis entrevistadores a respeito de funcionários que trabalham: na Delegacia de Polícia; na limpeza urbana (ex-PSSA), no Centro de Abastecimento etc., recebendo pelo FUNDEB.

Segurança

Com efeito, o prefeito Ricardo Maia aproveitou mal o seu terreiro para fazer pose de vítima. Mesmo, diga-se de passagem, com a providencial ajuda do seu cunhado, que aparece na entrevista como que fazendo às vezes de um assessor do alcaide, o que se repete também durante a entrevista dos vereadores da oposição (13/05). (Para quem não sabe o comunicador Mark Viana é irmão da secretária de Educação Marla Viana (AQUI), esposa do prefeito, a qual também está sendo investigada no âmbito da Operação Pé na Cova). Pois bem, Maia poderia ter exercido sua tão decantada honestidade para explicar por que cargas d’água também usa dinheiro do FUNDEB para pagar sua segurança pessoal.

 “Operação Pé na Cova”

Embora o destino da “Operação Pé na Cova” (AQUI) não dependa das explicações que os investigados deem às dóceis rádios locais, que, de forma forma dissimulada, ajudam o generoso alcaide a converter bombas em traques, no fundo, o que se ouviu foi um prefeito tentando minimizar a gravidade dos desvios praticados, como se tal prática fosse menor e ele não tivesse cometendo crime funcional e ato de improbidade administrativa. O prefeito deve ter sido informado que a devolução dos recursos ao caixa do FUNDEB não descaracteriza o crime praticado, ainda que possa implicar na redução da pena. Tudo isso está previsto no Código Penal e legislação extravagante.

 “Traque”

A respeito das verbas que as rádios de Ribeira do Pombal recebem da prefeitura municipal convém fazer uma ressalva. O que torna torna um órgão de impressa parcial não é o fato de receber verbas públicas por serviços prestados. Não é isso! É legítimo que o governo se utilize dos meios de comunicação para divulgar suas ações, na forma prevista na Constituição Federal. Do mesmo modo, são legítimas as verbas recebidas pelos prestadores de serviços.

O que torna a imprensa parcial é a manipulação dos fatos; sobretudo a divulgação de meias-verdades; a pergunta direcionada ao conforto, quando a indagação também tende ao desconforto. Para ser autêntica, a impressa não precisa ser sensacionalista; não deve inflar a bomba, como também não é aconselhável recorrer-se a truques de comunicação para converter “bomba” em “traque”, particularmente por meio de ironia velada. É nesse ponto que a suspeição desmoraliza a tão necessária imprensa livre.

Sabemos o quão simpático e experiente é o comunicador Mark Viana, da Pombal FM, cuja rádio é lincada neste espaço virtual há muitos anos, com muito orgulho. Porém perguntamos: não seria aconselhável, por uma questão de ética profissional, deixar o seu cunhado-prefeito ser entrevistado por outro comunicador sem vínculo com o governo? Talvez, por ser uma pessoa pura e boa, Mark Viana não se dê conta das quebras de asas que afetam suas entrevistas com o eminente cunhado-prefeito e com os adversários dele.

 

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