O Ministério Público Federal (MPF) do Paraná denunciou nesta quinta-feira (11) à Justiça do Paraná 35 investigados na sétima fase da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga esquema de desvio de dinheiro e superfaturamento de obras da Petrobras. Fica ao critério agora do juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato, aceitar as denúncias dos procuradores. Caso sejam aceitas, os investigados passarão à condição de réus no processo por crimes de corrupção, formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foram denunciadas pessoas ligadas às empresas Camargo Corrêa, Engevix, Galvão Engenharia, Mendes Júnior, OAS e UTC. Dos 35 denunciados, 22 estão ligados às empreiteiras. As cinco denúncias apresentadas nesta terça à Justiça dizem respeito aos contratos da área de abastecimento da Petrobras. Novas denúncias devem ser apresentadas nós próximos dias. “Essas pessoas roubaram o orgulho do brasileiro (…) Seguiremos como sempre fizemos, de forma serena, equilibrada, mas de forma firme e contundente. Cada pessoa, pela disposição legal, tem responsabilidade pelo ato que praticou e compete ao Ministério Público aplicar os instrumentos que lhe são postos à disposição”, ressaltou o PGR.
Janot viajou para Curitiba (PR) na manhã desta quinta-feira, 11, para se reunir com a força-tarefa do MPF do Paraná que atua no caso, para discutir quais medidas podem ser tomadas a partir do oferecimento das denúncias.
Durante entrevista coletiva, o procurador regional Deltan Dallagnol garantiu que novas denúncias serão apresentadas. Ele definiu o esquema como “jogo de carta marcada”, em que, usando sistema de bingos, empreiteiras sabiam quem iria ganhar e quanto iria levar de cada obra da Petrobras.
O MPF estima que R$ 300 milhões tenham sido desviados no esquema, mas acredita que o valor chegue a R$ 1 bilhão. De acordo com o procurador, foram identificados 154 atos de corrupção e 105 atos de lavagem de dinheiro.
O ressarcimento de quase R$ 1 bilhão que o MPF buscará corresponde a 3% dos valores de contratos firmados por meio do esquema de fraude na licitação. Segundo o MPF, este era o percentual destinado à propina paga pelas empresas corruptoras aos beneficiários.
A operação Lava Jato começou investigando um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões. A investigação acabou resultando na descoberta de um esquema de desvio de recursos da Petrobras, segundo a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, envolvendo as maiores empreiteiras do país.
Confira lista dos denunciados:
– Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras
– Alberto Youssef
– José Humberto Cruvinel Resende
– Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor-presidente da Área Internacional da Construtora OAS S.A
– Carlos Eduardo Strauch Alberto, diretor técnico da Engevix Engenharia S/A
– João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração da Construções e Comércio Camargo Correa S.A
– Eduardo Hermelino Leite, alcunha ‘Leitoso’, diretor vice-presidente da Camargo Correa S.A.
– João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida
– Sérgio Cunha Mendes, diretor vice-presidente Executivo da Mendes Júnior Trading Engenharia S/A
– Carlos Alberto Pereira da Costa
– Enivaldo Quadrado
– Rogério Cunha de Oliveira, diretor da Área de Óleo e Gás (ANOG) da Mendes Júnior Trading e Engenharia
– Angelo Alves Mendes, diretor vice-presidente da Mendes Júnior Trading e Engenharia S.A
– Alberto Elísio Vilaça Gomes
– Antonio Carlos Fioravante Brasil Pierucinni
– Mário Lúcio de Oliveira
– Ricardo Ribeiro Pessoa, responsável pela UTC Participações S.A.
– João de Teive e Argollo
– Sandra Raphael Guimarães
– Marcio Andrade Bonilho
– Jayme Alves de Oliveira Filho, o “Careca”, agente da Polícia Federal
– Adarico Negromonte Filho, irmão do ex-ministro das Cidades e deputado federal Mário Negromonte (PP-BA)
– José Aldemário Pinheiro Filho, presidente da OAS
– Mateus Coutinho de Sá Oliveira, OAS
– José Ricardo Nogueira Breghirolli, funcionário da Construtora OAS
– Fernando Augusto Stremel Andrade, OAS
– João Alberto Lazarri
– Gerson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix Engenharia S.A.
– Newton Prado Junior, diretor técnico da Engevix Engenharia S/A
– Luiz Roberto Pereira
– Erton Medeiros Fonseca, diretor-presidente da divisão de Engenharia Industrial da empresa Galvão Engenharia S.A.
– Jean Alberto Luscher Castro
– Dario de Queiroz Galvão Filho
– Eduardo de Queiroz Galvão
– Waldomiro de Oliveira
Com informações do Diário do Poder
Luiz Fernando R. de Sales
05/02/2016
Deivison Conceição
04/11/2015
Gildson Gomes dos Santos
04/11/2014
Gildson Gomes dos Santos
27/09/2014
Luciana Virgília Amorim de Souza
25/09/2014