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Pensamento pós-colonialista: uma forma humanista de pensar a realidade

Autor: Gildson Gomes dos Santos, advogado-geral de Ribeira do Pombal (BA)

Advogado Gildson Gomes dos Santos

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RESUMO: Somos o presente de uma história evolutiva que se manifesta, desde o modo de viver e conviver da espécie hominídea a que pertencemos, como uma rede fechada de conversações; por isso, espontaneamente, esgrimimos nossos argumentos ancorados nesse background cultural, supondo-o evidente ou fora de questão; a consequência mais visível dessa ancoragem é que todo argumento desarmônico com a configuração histórico-relacional em que vivemos e convivemos imersos, geração após geração, via de regra, é lançado como descarte irracional na contabilidade lógica do pensamento hegemônico; não obstante, sustentamos que esse tipo de cosmovisão se deve a um ativo reducionismo do fenômeno humano, encampado pelas modernidade e pós-modernidade ocidentais, cujas maneiras de pensar se escoram na cultura patriarcal europeia. A revisão científica dos fundamentos bioculturais da existência humana revela, porém, que as conversações patriarcais são incompatíveis com o modo de convivência postulado pelo Estado democrático de direito do III Milênio; motivo pelo qual somos convidados a refletir sobre uma nova maneira de pensar a realidade, se não desejamos conservar a hipocrisia como bússola orientadora de nossa práxis cotidiana, fundando o pensamento pós-colonialista, alicerçado no respeito mútuo entre os seres humanos, segundo os parâmetros propostos pela epistemologia unitária de Santiago do Chile. Pretendemos, também, apontar a existência de duas maneiras básicas de pensar entre os humanos, bem como que a congruência explicativa da realidade supõe isomorfismo estrutural entre o sistema conceitual explicativo e o fenômeno explicável, pois não nos parece razoável justificar a democracia fazendo uso das coerências operacionais de um Estado totalitário.

Palavras-chave: Conhecimento. Cultura. Epistemologia. Linguagem. Metafísica. Ontologia. Pensamento. Realidade.

  

RESUMEN: Somos el presente de una historia evolutiva que se manifiesta, a partir del modo de vivir y convivir de la especie homínida a la cual pertenecemos, como una cerrada trama de conversaciones; por ello, espontáneamente, esgrimimos nuestros argumentos anclados en ese trasfondo cultural, suponiéndolos evidente o fuera de toda cuestión. La consecuencia más visible de ese anclaje es que todo argumento poco armónico con la configuración histórico-relacional en la que vivimos y convivimos inmersos, generación tras generación, por norma, es lanzado como descarte irracional en la contabilidad lógica del pensamiento hegemónico. No obstante, sostenemos que ese tipo de cosmovisión se debe a un activo reduccionismo del fenómeno humano, anulado por las modernidades y posmodernidades occidentales, cuyas maneras de pensar se amparan en la cultura patriarcal europea. La revisión científica de los fundamentos bioculturales de la existencia humana revela, sin embargo, que las discusiones patriarcal/matriarcales son incompatibles con el modo de convivencia postulado por el Estado democrático de derecho del tercer milenio; por tal razón, estamos invitados a reflexionar respecto de una nueva manera de pensar la realidad —si no deseamos mantener la hipocresía como norte orientador de nuestra práctica cotidiana— construyendo el pensamiento postcolonialista, cimentado en el respeto mutuo, según los parámetros propuestos por la epistemología unitaria de Santiago de Chile. Pretendemos también distinguir la existencia de dos maneras básicas de pensar entre los humanos, así como la congruencia explicativa de la realidad que supone el isomorfismo estructural entre el sistema conceptual explicativo y el fenómeno explicable, pues no nos parece razonable justificar la democracia haciendo uso de las coherencias operacionales de un Estado totalitario.

Palabras clave: Conocimiento. Cultura. Epistemología. Lenguaje. Metafísica. Ontología. Pensamiento. Realidad.

 

ABSTRACT: We are the testimony of an evolutionary history that manifests itself, according to the lifestyle and coexistence of the hominid species to which we belong, as a closed net of communication: that is the reason why we spontaneously raise our arguments anchored in that cultural background, assuming them to be evident or beyond question. The most visible consequence of that anchorage is that every disharmony in the historical-relational setting in which we live and coexist, generation after generation, as a rule, is released as an irrational discard in the logic of the hegemonic thought. However, we maintain that this sort of world view is due to an active reductionism of the human phenomenon, neutralized by Western modernities and postmodernities whose ways of thinking seek protection in the European patriarchal culture. The scientific review of the biocultural fundamentals of human existence reveals, however, that the patriarchal deliberations are incompatible with the coexistence postulated by the democratic rule of law of the third millennium; for that reason, we are invited to reflect on a new thinking reality —if we reject to keep hypocrisy as the guiding north in our daily practice—, building the post-colonial thought, enrooted in mutual respect and according to the framework proposed by Santiago de Chile unitary epistemology. We also intend to distinguish two basic ways of thinking among humans as well as the explanatory coherence of reality which presumes the structural isomorphism between the explanatory conceptual system and the explicable phenomenon, since we do not consider being reasonable to justify democracy by the operational coherences of a totalitarian State.

Keywords: Knowledge. Culture. Epistemology. Language. Metaphysics. Ontology. Thought. Reality.

SUMÁRIO: 1 Introdução: 1.1 A problemática da realidade; 1.2 A noção moderna do humano; 1.3 Pseudorrupturas paradigmáticas; 1.4 Super-realismo experimental; 1.5 Hipóteses explicativas; 1.6 Metodologia: 1.6.1 Metáfora cartográfica; 1.6.2 Metáfora da representação; 1.6.3 Plano de exposição da proposta; 1.6.4 Objetivos; 1.6.5 Justificativa; 1.6.6 Desenho e meios de pesquisa. 2 O lugar do pensamento: 2.1 Configuração; 2.2 Panorama biocultural. 3 Maneiras de pensamento: 3.1 Considerações introdutórias; 3.2 Mentalidade colonialista: 3.2.1 Estrutura psíquica; 3.2.2 Evolução; 3.2.3 Metafísicas dos ser e dever-ser; 3.3 Mentalidade pós-colonialista: 3.3.1 Estrutura psíquica; 3.3.2 Multiverso pós-colonialista: 3.3.2.1 Arquitetura humana; 3.3.2.2 Processo cognitivo; 3.3.2.3 Racioemocionalidade: 3.3.2.3.1 Racionalidade; 3.3.2.3.2 Emocionalidade; 3.3.2.4 Relação de seletividade; 3.3.3 Metafísica do fazer: 3.3.3.1 Reformulação explicativa da experiência; 3.3.3.2 Objetividade constituída; 3.3.3.3 Existência do ser: 3.3.3.3.1 Condições do existir; 3.3.3.3.2 Reflexão sobre a existência dos planetas; 3.3.3.4 O sentido das coisas: 3.3.3.4.1 Confronto de mundividências; 3.3.3.4.2 Emersão do sentido; 4 Condição isomórfica do pensamento: 4.1 Esclarecimento preliminar; 4.2 Da oposição ser/dever-ser ao fazer: 4.2.1 Transição conceitual; 4.2.2 A dinâmica do fazer; 4.2.3 Determinação e plasticidade: 4.2.3.1 Determinação estrutural; 4.2.3.2 Plasticidade estrutural; 4.3 Explicações isomórfica e heteromórfica: 4.3.1 Heteromorfia explicativa; 4.3.2 Isomorfia explicativa. 5 Conclusões. Referências.

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