Do blog do Noblat, hoje (editorial da Folha de S. Paulo)
“Entre um rato doméstico e um “hamster” as diferenças biológicas talvez não sejam tão grandes -mas ainda assim produz certa estranheza o espetáculo de sua confraternização.
Os recentes afagos entre o senador Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA) e o presidente Lula -que, não faz muito, comparavam-se mutuamente aos roedores mencionados acima- podem sem dúvida constituir, aos olhos de um observador benigno, uma demonstração de avanço civilizacional em nossos padrões de comportamento político.
Mas tudo vai ficando tão civilizado que até um santo começaria a desconfiar. Do cortês encontro de Fernando Collor com o presidente Lula à nebulosa visita do tucano Tasso Jereissati ao Palácio do Planalto, um vasto processo de readaptação política parece estar em curso.
Surpreendentes mutações ideológicas ocorrem no heterogêneo rebanho que compõe a base do governo. Severos apóstolos do impeachment ascendem ao empíreo da alta assessoria presidencial. Antigos detratores de Lula rendem-se ao “carisma do líder” e ao milagre da multiplicação dos cargos de governo.
Que o poder federal exerça esse tipo de atração, configurando uma ampla base de apoio partidário, é corriqueiro num país onde os compromissos firmados com o eleitor valem menos que a possibilidade de manipular verbas e cargos públicos. O voto ideológico parece sempre menos decisivo que o antigo voto de cabresto, e cada liderança política regional cuida de sua sobrevivência à sombra do poder.”
Luiz Fernando R. de Sales
05/02/2016
Deivison Conceição
04/11/2015
Gildson Gomes dos Santos
04/11/2014
Gildson Gomes dos Santos
27/09/2014
Luciana Virgília Amorim de Souza
25/09/2014