BRASÍLIA: – Desde ontem (28/06), deputados federais e senadores da República passam a formar uma representação mais concreta da realidade brasileira, com a prisão do deputado federal Natan Donadon, condenado pelo Supremo Tribunal Federal a 13 anos de cadeia. Como diria o poeta, o deputado Natan [Criminoso] Donadon “já está vendo o sol nascer quadrado”, ainda que não esteja gozando das mesmas aflições reservadas aos bandidos comuns. É que o mandato de deputado, ainda que não esteja escrito nas páginas do Código Penal, assegura a Natan Donadon o bônus de cumprir a pena numa cela isolada da patuleia marginal, pelo menos enquanto não perder o mandato, e se isso acontecer, obviamente. Não podemos deixar de registrar, porém, que essa nova divisão de classes marginais, está inquietando os porões das nossas penitenciárias, na medida em que se armam protestos em defesa da igualdade prisional.

O fato é que o criminoso Natan Donadon se entregou à Polícia Federal quando bem quis, usando terno e gravata, com bóton da Câmara dos Deputados na lapela e assessorado por um advogado medalhão. Foi protegido das vorazes lentes da mídia, o que não acontece com bandidos mortais, que são algemados para simbolizar a potência da violência estatal, encarnada na atuação exibicionista da Policia Federal. Não tendo isso ocorrido, na situação do deputado bandido Natan Donadon, fica a pergunta: a Polícia Federal também mudou seus procedimentos operacionais em relação a qualquer bandido?

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