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Cartas de Buenos Aires – I

Ilustres vereadores Zé Augusto e Dominguinhos,

É natural que o novo gere uma certa desconfiança. Credibilidade só se conquista com o tempo, depois de vencidas as barreiras que decorrem da própria novidade em si. Quando me dispus a investigar a corrupção do governo apoiado por Vossas Senhorias, o meu alvo sempre foi os atos lesivos ao patrimônio e à moralidade públicas. As inúmeras ações que tramitam na Justiça Federal e na Justiça Estadual corroboram essa afirmação. Jamais ataquei pessoas.

Agora, numa denúncia que Vossas Senhorias protocolizaram no Tribunal de Contas dos Municípios está escrito que “membros da ‘Nata Pombalense’, no desempenho da função pública, com o sentimento de impunidade, se organiza[m] para saquear os cofres públicos”.

Quanto a mim estou tranqüilo, o grupo político que Vossas Senhorias integram sempre fez questão de divulgar que sou o “advogadozinho do Juá”. Também não tenho sangue azul e não sou rico. Logo, do ponto de vista fático, não pertenço à “nata pombalense”, embora Vossas Senhorias assim não o desejem.

Isso não os desicumbem, porém, do dever de apontar quem pertence a essa misteriosa “nata”, porque, se for dos que ganham a partir de R$ 3 mil, os vereadores de Ribeira do Pombal também estariam incluídos.

Buenos Aires, data supra.

Saudações portenãs.

Gildson Gomes dos Santos

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