DA REDAÇÃO: A primeira das batalhas nos tribunais  a ser travada pela Portuguesa e Flamengo chegou ao fim na noite dessa segunda-feira, (16/12), e tendo um gosto amargo para o time paulista. O STJD, por unanimidade, condenou a Lusa pela escalação irregular do jogador Héverton no empate com o Grêmio aplicando-lhe a pena  de 4 pontos, acrescidos multa de R$ 1.000, resultando em seu rebaixamento para a série b do Campeonato Brasileiro de 2014 e na permanência do tricolor das laranjeiras na elite do futebol nacional.

Com igual pena, o Flamengo também punido pela escalação irregular do jogador André Santos no empate com o Cruzeiro, decisão que por muito pouco não levou o rubro-negro carioca ao calvário da série b pela primeira vez em sua história. Com a pena de 4 pontos, o time da Gávea caiu para a 16ª posição, a um ponto da zona da degola.

Inconformadas com a decisão do STJD, ambas equipes pretendem recorrer ao Pleno, segunda instância da Justiça Desportiva. O presidente da Portuguesa, foi mais contundente. Em entrevista com jornalistas afirmou que não descarta apelar para a justiça comum.

O JULGAMENTO

O julgamento foi cercado por muita expectativa e ansiedade. Antes mesmo de ser dado início aos debates entre advogados e procuradores, a sede do tribunal foi cercada por torcedores de Fluminense e Portuguesa que procuravam ajudar os seus clubes de alguma maneira.  Cantos de provocação eram advindos de ambas torcidas, os  cânticos lusitanos  eram encorpados com a presença de torcedores de Flamengo e Botafogo que vieram apoiar a equipe paulista.

Na sala do julgamento, os debates foram intensos. O advogado da equipe paulista, João Zanforlin,  cedido pelo Corinthians, em discurso de muita emoção,  alegou que a Lusa não poderia ser punida com a pena máxima pela atuação de no máximo 20 minutos do jogador Héverton, ainda mais em partida a qual  as equipes não vislumbravam maiores intenções, o Grêmio já estava garantido na Libertadores e a Portuguesa com a permanência assegurada na série A. Disse, também, que a condenação da Lusa seria a abertura de precedente para a fraude no futebol brasileiro e concluiu afirmando que a condenação da Portuguesa representava a morte do Direito.

Do lado rubro-negro, o tom do discurso foi menos emotivo. O advogado Michel Asseff Filho iniciou criticando a forma como obscuras como as leis desportivas são editadas, deixando grande margem de interpretação por parte dos clubes. A tese de Asseff foi centrada na ausência da má-fé do clube da Gávea que, devido à interpretação equivocada, escalou o lateral André Santos.

Apesar do esforço dos advogados, os auditores não se convenceram e condenaram ambas equipes.

REPERCUSSÃO 

Para Serginho Groisma, apresentador do” Altas Horas”, o julgamento foi uma “encenação”, pois tudo já estava definido, não havia mais chance de se reverter a situação. Groisma afirmou, ainda, que o debate deveria englobar, também, o aspecto ético, não somente o técnico.

Na imprensa internacional,  O diário “Olé” deu uma pitada de crítica à situação na matéria cujo título é “Acesso de escritório”

  – A situação foi incrível. O Fluminense, que foi campeão brasileiro em 2012, caiu em 2013 depois de um Brasileirão sombrio. Mas agora, a história vai ao ridículo. A equipe do Rio, depois de perceber irregularidades na inclusão de um jogador da Portuguesa, reivindicou a perda de quatro pontos para o clube paulista. Ela foi bem-sucedida . E assim se afastou de ir para a Série B – afirmou o diário argentino, que cometeu um erro de informação – na verdade, foi a CBF quem notificou a irregularidade ao STJD, que fez a denúncia.

O diário argentino ainda citou a comemoração dos torcedores.

– Com a sanção, o Fluminense passou a Portuguesa na classificação e, assim, salvou-se de jogar na Série B. Fãs cariocas aplaudiram nas portas do Tribunal a medida, que teve muita polêmica no Brasil. Um acesso de escritório.

Com informações do Globo Esporte

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