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Osvaldo Rocha, secretário de cultura, fala sobre realizações de 2013

OSVALDODA REDAÇÃO:  Na manhã de 25/11, (segunda-feira), a redação do Blog do Gomes  esteve na sede da Secretaria de Cultura do Município de Ribeira do Pombal para entrevistar Osvaldo Rocha, atual secretário de cultura, e ex-diretor de cultura na gestão do ex-prefeito José Lourenço Morais da Silva Jr., o Zé Grilo. Durante aproximadamente 30 minutos, Osvaldo falou sobre as realizações em 2013, a Filarmônica XV de outubro, a saída do Maestro José Alves, os projetos para 2014 etc.

BLOG DO GOMES: Neste ano de 2013, quais foram as realizações da Secretaria de Cultura do Munício, e quais projetos estão em pauta para 2014?

OSVALDO ROCHA: Tivemos um ano muito importante, primeiro pela criação da Secretaria de Cultura, que é uma tendência hoje a nível de País, iniciando-se, mais precisamente em 2002 e consolidando-se em 2008. O modelo de gestão de cultura no Brasil tem passado por uma transformação muito grande, vem se dando a cultura, tanto na esfera federal, quanto na estadual, o papel que ela realmente merece, como um seguimento também importante no desenvolvimento social, tal qual é a educação a saúde. Da gestão do ministro Gil para cá, a cultura, pode-se dizer, vem passando por uma revolução e isso está desembocando nos municípios.  Assim, há uma tendência que os municípios se enquadrem nessa situação e criem suas Secretaria de Cultura. Aqui em Ribeira do Pombal, por iniciativa do prefeito Ricardo Maia, foi criada a Secretaria de Cultura, foi desmembrada, que era junto com a Secretaria de Educação, e hoje é um órgão autônomo com estrutura de governo. Digo que a criação da SECULT foi o ponto principal de 2013. Agora, juntamente com isso, implantamos o Sistema Municipal de Cultura, que é um elemento importante para usufruir dos benefícios que a PEC 150 vai trazer, estamos em fase de implantação do Plano Municipal de Cultura  e do Fundo Municipal de Cultura,  já estamos discutindo com a sociedade a respeito e em 2014 devemos implantar esses dois elementos que compõem o novo modelo de gestão da cultura. No primeiro semestre do ano a gente cuidou da parte estrutural da secretaria, desenvolvemos um grande festival de arte e cultura popular, que foi o festival cultureira, que deve entrar para o calendário cultural e  eventos da cidade, foi feita a gincana e estamos trabalhando nesse momento no natal. Também foi feita algumas parcerias com o Governo Federal que é a ampliação do acervo da biblioteca, através do projeto “Arca de Leitura”, também temos um recurso junto a Secretaria de Cultura para a Filarmônica XV de outubro, que deve esta sendo liberado até março, o projeto já foi aprovado só estamos esperando eles pedirem a documentação, e tem a Arca das Letras, em parceria com o Ministério da Cultura  e Ministério do Desenvolvimento Agrário, que visa levar leitura para as comunidades rurais, é uma arca, um baú com livro que irá levar para cinco comunidades rurais  acesso a leitura. Então foram estas as principais realizações de 2013, fora outra ações menores, foi um ano muito intenso.

Para 2014, quero debater coma sociedade o Plano Municipal de Cultura e o Fundo Municipal de Cultura, que serão realizações estruturais, a sociedade não vê, mas sente a mudança. Não como a Cultureira que as pessoas estão ali perto, vendo, por exemplo. Mas é tão importante quanto a Cultureira, pois é o que dá base legal para os trabalhos. Queremos levar a Cultureira para o interior do município, fazer uma Cultureira grande aqui, mas antes dela escolher alguns povoados polos para desenvolver esse festival de cultura lá, o recuso para a Filarmônica que vai ficar para 2014,  participar das festas dos povoados, pretendemos desenvolver algo ligado ao turismo, pois a ideia é que a secretaria seja de cultura e turismo, Pombal tem um turismo comercial muito forte, talvez seja a cidade mais visitada da região e nós não temos políticas de turismo no município. Não conseguimos visualizar esse potencial, as pessoas associam turismo muito à festas, pontos turísticos, mas não só existe turismo assim, existe o turismo comercial e Pombal tem uma vertente muito forte nisso porque é a cidade de maior comércio da região, e precisamos desenvolver políticas públicas nesse sentido. Temos a implantação da Companhia de Teatro, oriundo do projeto “Teatro na Escola”, e a ideia é que tenhamos duas apresentações por ano: o Alto de Natal e o Alto de Páscoa.

BG – E a Orquestra Pombalense de Câmara (OPC)?

OSVALDO – Ela também está no nossos planos. No ano passado ela ficou desativada. Eu tive que me ausentar por 6 meses da direção da cultura por conta da eleição. Fui candidato e tive que me descompatibilizar, e o gestor anterior preferiu não nomear ninguém para me substituir. Tínhamos a ideia de colocar a OPC para se apresentar agora em novembro, mas não deu. O natal atropelou muito, no ano passado não teve o natal também, mas esse ano o natal vem mais amplo. Em 2011, somente ornamentávamos a praça e estendíamos um pouco para a avenida principal, esse ano vai ser ornamentada a praça Getúlio Vargas, a praça Padre Ricardo Borges, a Igreja Velha, Avenida Evência Brito, Oliveira Brito e Hildete Lomanto, a arquibancada do Ferreirão, o trevo da cidade, a praça Cabo Anselmo, aumentou a demanda do natal, temos que corresponder a expectativa da população que se envolve com isso, pois somos de maioria cristã, e também compensar o ano passado que ficou sem. A cidade cresceu, e deve crescer também a ornamentação. Como a OPC ficou desativada um ano inteiro, ficaria impraticável colocá-la para se apresentar agora em novembro como sempre fizemos. Agora, a partir de 2014,  tradicionalmente, todos os novembros já pode o pessoal colocar no calendário que haverá apresentação da OPC.

BG – Alguns músicos da Filarmônica estão muito descontentes com a ausência de maestro desde o final da novena de Santa Tereza. Como você avalia essa situação?

OSVALDO –  Os músicos reclamam do maestro e quando estão sem maestro. Eu tenho a consciência muito tranquila em relação a Filarmônica. Acredito que fiz, com anuência dos gestores, muito pela Filarmônica. Eu encontrei a Filarmônica no limbo, desativada, no buraco. Eu tirei ela disso. Agora, eu sozinho e minha equipe não podemos fazer tudo. Nós tivemos uma dificuldade muito grande com maestro, sempre tivemos, era o calcanhar de aquiles. Primeiro que um maestro bom é caro. Um maestro bom mesmo vai querer ganhar mais que o prefeito, porque é difícil mesmo, um profissional assim não se encontra em qualquer esquina. Na verdade nós não temos maestros aqui, temos professores de música que ajudam a gente nesse processo. A Filarmônica depois da festa de outubro entrou num recesso, o maestro, por uma questão gerencial, foi afastado, mas estamos estudando como é que isso vai ficar para o ano que vem. O fato é que precisamos rever um monte de coisas. E os músicos reclamam, eles estavam reclamando muito do maestro, agora que resolvemos esse problema estão reclamando que está sem o maestro, então a gente nunca vai agradar a todos. Mas eu faço a minha parte, independente disso. Porque eu sou uma pessoa que não fico muito preocupado com as críticas negativas, elas amadurecem a gente. Mas os músicos então certos  na medida em que eles reclamam, é um direito deles, a Filarmônica é um patrimônio cultural importante da cidade, que deve ser zelada por todos e principalmente pelos músicos. O fato é que a Filarmônica precisava passar por um ajuste. Ela está sempre assim, precisando passar por um ajuste. Eu  fiquei no Departamento Cultural por oito anos e a Filarmônica foi o projeto que mais foi ajustado, às vezes dava certo, às vezes não, mas ele nunca parou de funcionar. Minha preocupação agora é a formação de músicos, preciso encontrar um maestro que forme músicos. A prioridade para o ano que vem é alguém que forme músicos.

BG – Um projeto de integração entre a escola e a Filarmônica não seria interessante na formação de músicos?

OSVALDO – Seria. Mas eu precisava de uma pessoa na Filarmônica com muita capacidade para isso. Nós tivemos aqui um menino muito bom, fazia bem esse papel, que era o Everson, maestro de Alagoinhas, que não deu para ficar aqui por vários problemas pessoais. Por enquanto,  eu estava na Filarmônica com um maestro que regia a Filarmônica muito bem, mas para formar músico é preciso ter uma habilidade pedagógica, e eu preciso encontrar alguém com essa habilidade. A ideia é essa mesmo, é fazer música na escola e a partir dela sair o músicos para a Filarmônica.

BG – Alguns músicos que mantiveram contato com a nossa redação ao tomar conhecimento dessa entrevista, relatou-me que desde a aprovação do bolsa-músico o benefício não está sendo reajustado como previsto na lei. O que impediu esse reajuste?

OSVALDO – É preciso reajustar. A responsabilidade do reajuste era do gestor passado. Ele tinha que reajustar, mas nunca mandou para a Câmara um projeto para que houvesse esse reajuste. Eu não tinha autonomia porque eu era diretor de cultura, não era secretário. Desde primeiro de janeiro é responsabilidade do prefeito Ricardo Maia. Então, no próximo ano, no mês de maio, será feito o reajuste, no percentual que manda a lei ou no que ele queira dar. Quem dá esse percentual é a câmara, na verdade o Executivo manda o projeto para a Câmara  e os vereadores decidem. Agora, realmente está defasado e tem que ser ajustado. Entretanto, como tivemos um ano de 2012 praticamente parado, esses meninos ficaram ganhando esse bolsa-músico sem dar uma resposta a sociedade, não teve atividade nenhuma da Filarmônica. Mas agora em 2013 está sendo diferente.  Já conversei com o prefeito a respeito e haverá o reajuste em maio de 2014. Agora o atual prefeito não pode responder pelo gestor anterior. Ele deixou por dois anos o bolsa-músico no mesmo valor e não podia ter deixando, era para ter sido reajustado. Eu acho correto que eles reclamem, são seus direitos.  Eu estou atento ao bolsa-músico.

BG – Quais serão os benefícios que o recurso que a Filarmônica irá receber propiciará? Serão novos instrumentos, fardas…?

OSVALDO – Nós temos muitos instrumentos novos. Nesse novo benefício, que já é a segunda etapa, nós vamos escolher o que queremos em investimento, não iremos receber dinheiro. Vamos receber, no valor do benefício, o que nós estamos precisando.  Eu sinceramente não estou muito preocupado com instrumentos novos, até porque a Filarmônica tem alguns dentro do estojo, não adianta ter instrumento e não ter músico. O instrumento fica ai ocioso, então é melhor a gente investir no músico, investir em uniforme, investir em capacidade técnica dos músicos, que também nesse projeto está previsto isso, contratar pessoas para fazer oficinas. Minha preocupação maior é essa, pois recebemos um kit de instrumento em 2007 e muitos deles ainda estão ai, pois não conseguimos  formar músicos. Nossa preocupação não é muito com instrumento.

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