O português Boaventura de Sousa Santos foi o grande premiado na categoria Ciências Humanas e Educação do Jabuti, entregue no último sábado na Bienal, com seu livro Para um novo senso comum: a ciência, o direito e a política na transição paradigmática, primeiro volume da série A crítica da razão indolente (Cortez Editora). O prêmio é uma mostra da crescente influência desse sociólogo da Universidade de Coimbra no universo intelectual brasileiro. Boaventura, que na década de 70 passou cinco meses na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, para fazer sua tese de doutorado por Yale, já está com viagem marcada para o Brasil no próximo mês. De tanto visitar o país, é capaz de analisar como poucos brasilianistas sua realidade social. Mesmo assim, está chocado com a ameaça de racionamento de energia e de apagões. “O que mais me surpreende no Brasil é a falta de contestação social a essas coisas. Parece que hoje em dia os brasileiros aceitam quase tudo”, critica. Segundo ele, a arrogância das classes dominantes brasileiras é tão grande que elas não precisam mais do consenso. “Basta-lhes a resignação. Num consenso, é necessário negociar. Na resignação, não há conflito. Isso é mau: em sociedades democráticas estarmos a contar com a resignação das pessoas para governar o país.” Estrela do Fórum Mundial, realizado este ano em Porto Alegre, Boaventura acha que está na hora de as ciências sociais brasileiras se desumbigarem, olhando para o resto da América Latina e para Portugal, em vez de ficarem copiando franceses e americanos. “Quando a gente tenta imitar, imita sempre mal e com atraso.”
CRISTIANE COSTA
Leia a entrevista na íntegra, NO JB On line, clicando AQUI
Luiz Fernando R. de Sales
05/02/2016
Deivison Conceição
04/11/2015
Gildson Gomes dos Santos
04/11/2014
Gildson Gomes dos Santos
27/09/2014
Luciana Virgília Amorim de Souza
25/09/2014