Na minha infância muito se falava de botijas. Pequenos tesouros enterrados ou escondidos por nossos antepassados. Fala-se que pessoas ricas costumavam esconder suas fortunas em buracos, grutas etc. e quando morriam apareciam aos vivos pedindo para desencavarem-nas como condição de se salvarem do mármore do inferno. Na minha pureza de criança paupérrima cheguei a sonhar com essas botijas. Já adulto me dei conta de que tinha de trabalhar como qualquer mortal para sobreviver.
Lendo, porém, os jornais de ontem (13/09), fui forçado a recuperar algumas reminiscências juvenis. O noticiário informa que um membro do Ministério Público luta para recuperar cerca de R$ 280 mil que teriam sido enterrados no quintal da sua residência. Ora, eu, que não mais acreditava em botijas, estou sendo obrigado a rever minha posição. Botijas, de fato, existem! Com uma diferença dos tempos de antanho, os seus donos não precisam morrer para que sejam encontratadas através de sinais do além-túmulo.
No caso concreto, a poupuda botija, supostamente borrifada com recursos das arcas do mensalão-DEM, foi localizada pela Polícia Federal no quintal da promotora de justiça Deborah Guerner, de Brasília, onde estava enterrada. Com efeito, morto não reclama o domínio da botija. Mas, enquanto vivo, o “botijeiro” parece não abrir mão do tesouro. É o que sugere a promotora Guerner, que pede à Justiça a devolução do dinheiro achado no seu quintal sob o argumento de que se trata de tinheiro limpo, embora úmido.
Luiz Fernando R. de Sales
05/02/2016
Deivison Conceição
04/11/2015
Gildson Gomes dos Santos
04/11/2014
Gildson Gomes dos Santos
27/09/2014
Luciana Virgília Amorim de Souza
25/09/2014