DA REDAÇÃO: Uma das principais características do povo de Ribeira do Pombal é a sua festividade, o empenho em manter a tradição de festas que já fazem parte do calendário cultural do Município. Não por motivo diverso, no período junino, as principais ruas da cidade organizam seus arraiás, com apresentação de quadrilhas juninas e grupos musicais, para alegria do povo pombalense, que, assim como todo nordestino, cultua as festas de São João. Dentre os tantos festejos realizados no Município nesse período, o arraiá da Rua da Ribeira está entre os que obtêm maior destaque, já são 26 anos de tradição. O evento é organizado anualmente pela Associação Comunitária Amigos da Terra – ACATE, presidida atualmente pela Srª Jusinalva Santos da Silva.
Na edição de 2014, por motivos diversos, o tradicional festejo da Rua da Ribeira não apresentou sua normal programação: 1) apresentação de quadrilhas juninas e 2) fechamento com grupos musicais. O acontecimento casou mal-estar em munícipes, principalmente após a divulgação, por redes sociais, pelos organizadores do evento, de que o impasse decorreu pela demora da prefeitura em liberar a Rua João Fernandes da Gama (Rua da Ribeira).
Somando-se a isso, também houve insatisfação por conta da redução do período da festa. Inicialmente, a associação solicitou 3 dias, sendo liberado somente 1 único dia, no sábado. Há quem veja na posição da prefeitura explícita motivação política. Sobre o assunto o Blog do Gomes esteve nesta terça-feira, (15/07), no gabinete do prefeito Ricardo Maia para entrevistá-lo e ouvir o que tinha a dizer sobre o assunto.
BLOG DO GOMES (BG): Os organizadores do arraiá da Rua da Ribeira alegam que houve demora, por parte da Administração Pública local, na liberação do espaço em que seria realizado esse evento. Consta-se que a autorização demorou pouco mais de 20 dias. Assim sendo, gostaria de saber o que pode ter ocorrido para que a autorização demorasse tanto.
RICARDO MAIA – A associação solicitou a liberação não ao Gabinete, mas a Secretaria de Administração, ao secretário de Administração. E pelo que eu tenha conhecimento, o secretário concedeu a liberação. Sobre a questão se foi 1, 2, 3 dias depois, quem tem que dar essa resposta é o secretário. Esse é o procedimento, faltando poucos dias, faz-se a solicitação, que é concedida, e é realizada a festa. Não entendo o porquê de tanta polêmica. Mas eu vejo isso como normal, porque ele já tinha a autorização verbal, para a liberação da festa, se a organização não ocorreu, não é por culpa do Município.
BG – Outro questionamento, gira em torno da diferença da quantidade de dias solicitados e liberados. Inicialmente, solicitou-se 3 dias, todavia somente um único dia foi liberado.
RICARDO MAIA – Observe bem, a Rua da Ribeira é uma rua que possui muitos estabelecimentos comerciais. A iniciativa de liberar somente um dia partiu de mim. Eu fui consultado pelo secretário no mês de junho, antes do São João, e disse que liberasse para somente uma única data. Estamos falando de uma avenida, do centro de Pombal, que tem comércio, e esses comércios seriam prejudicados. Então fechar a avenida por três dias traria prejuízos aos estabelecimentos comerciais daquele local. Já que se queriam três dias, seria necessário que junto ao ofício viesse uma programação de uma festa a ser feita. Como não teve, foi liberado apenas um dia. Entretanto, acrescento que todas as ruas, organizadores de festas populares, seja de bairro, zona rural, fazenda, todas elas que tem procurado a Administração Pública, ela tem ajudado. Agora, se a Rua da Ribeira não esteve aqui com a Administração Pública, ela não pode criticá-la. Ela pode dizer que eles optam por não querer a prefeitura realizando a festa. Porque todas as vezes que a quadrilha procurou o Município para se apresentar em Salvador, para se apresentar em outras cidades, o Município disponibilizou para eles veículos, e tudo o que foi solicitado, sempre atendemos, através do secretário de cultura. Então eles deveriam ter procurado o secretário de cultura, como era de praxe, mas não o procuraram para a organização dessa festa. Para se ter uma ideia, teremos agora uma festa de carro-de-boi, duas em uma única comunidade, e nós iremos apoiar as duas. E pode ter certeza, que todas as festas cujos organizadores me procuraram, a prefeitura apoiou. Estivemos presentes em todas as festas, a única ausência foi justamente a Rua da Ribeira. Os organizadores nunca estiveram aqui presentes para pedir o apoio da prefeitura, nem na secretaria de cultura. Se eles quiserem fazer no ano que vem, estou aqui à disposição, para sermos parceiro como somos das demais organizações de festa do Município. Estou aqui para apoiar o máximo as manifestações culturais.
BG – Várias pessoas no Município alegam que todo essa suposta demora em liberar o local ganhou uma conotação política, como você avalia isso?
RICARDO MAIA – Eu concordo com isso, concordo com essa polêmica, porque, de fato, virou um problema político, para eles, para mim administrativo, repito, para eles político, e para mim administrativo. Política nós temos de 2 em 2 anos, estamos vivendo um período eleitoral agora, aÍ é política. Daqui a 2 anos, nesse mesmo período, aÍ será política. Antes disso é sempre administrativo, uma decisão administrativa, porque eu nunca perguntei se o título de eleitor de uma pessoa é de Pombal, nunca perguntei em quem vota, ou votou. Pelo contrário, aqui eu sou prefeito de 50.805 habitantes, inclusive eu mesmo, que também sou de Pombal. Eu estou aqui para todos, não para uma ou outra coligação partidária, eu tenho a responsabilidade de trabalhar para todos, por isso estou aqui todos os dias nessa cadeira, despachando, atendendo ao público. Não existe partidarismo dentro da prefeitura. Eu não faço politicagem.
BG – Por fim, qual mensagem você deixa para toda a população, que de alguma forma de sentiu prejudicada pela não realização da festa, bem como sobre toda essa repercussão política que o caso ganhou?
RICARDO MAIA – Isso tudo nos entristece, porque não são os agentes políticos que tem dado o direcionamento lá para festa. Todos sabem, todos sabem, e eles sabem, que se viessem até a mim, eu ajudaria. Eles sabem muito bem que o Município iria estar presente na realização da festa, não digo da liberação não, falo da realização da festa. Eu sou filho de Pombal, nasci e me criei aqui, e sei da festa tradicional da Rua da Ribeira, feita partidária. Eu quero dizer o seguinte: No próximo ano, podem me procurar que irei incluí-la no calendário de festas do Município. Não é porque os organizadores possuem uma orientação política diferente da minha que eu vou prejudicá-los, bem como toda a população. Então digo aos moradores da Rua da Ribeira, aos simpatizantes daquele evento que acontece anualmente, que o prefeito está aqui à disposição. No próximo ano me procurem para realizarmos esse evento juntos.
Luiz Fernando R. de Sales
05/02/2016
Deivison Conceição
04/11/2015
Gildson Gomes dos Santos
04/11/2014
Gildson Gomes dos Santos
27/09/2014
Luciana Virgília Amorim de Souza
25/09/2014