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Arapongas petistas – a importância da crítica

Ontem, às 15h21min., no blog Jozias de Souza, da Folha de S. Paulo, teci o seguinte comentário, a respeito da postagem “Caseiro movimentou R$ 38 mil no banco, diz revista” (17/03/06):

“Caro Jozias,

Tô de olho em você. Pára de fazer o jogo do governo. Antes de colocar o depoimento do caseiro num suposto “plano secundário” você deveria questionar como é que se quebra o sigilo bancário de um cidadão sem autorização judicial. Você pode ser a próxima vítima. O do amigo de Lula, por exemplo foi desautorizado pelo STF.”

Por coincidência ou não, às 19h37min., o blogueiro fez publicar o seguinte post:

PPS faz ação para apurar quebra de sigilo de caseiro

O PPS vai protocolar no Ministério Público um pedido de abertura de um inquérito contra a Caixa Econômica Federal, para investigar as circunstâncias que envolveram a quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos. A queixa-crime está sendo redigida neste final de semana. E será protocolada na segunda-feira.
“Avaliamos que este episódio é gravíssimo”, disse o deputado Raul Jungmann (PPS-PE) ao blog. Ele fala em nome do partido. “Podemos estar diante da ressurreição do Estado policialesco. Praticou-se um grave desrespeito às normas democráticas.”
Após uma discussão entre os seus dirigentes, o PPS concluiu que o vazamento dos dados bancários do caseiro é até “mais grave do que as denúncias feitas contra o ministro Antonio Palocci (Fazenda).
Para o PPS um outro detalhe impõe a interferência do Ministério Público: os dados bancários de Francenildo vazaram da Caixa Econômica, uma instituição bancária que pende do organograma do Ministério da Fazenda. Pasta que tem como titular o principal alvo das denúncias do caseiro. “Queremos que tudo seja muito bem investigado”, disse Jungmann.
Em depoimento à CPI dos Bingos, na última quinta, o caseiro Francenildo, conhecido pelo apelido de Nildo, desmentiu Antonio Palocci. Repetindo o que já dissera em entrevistas, revelou que o ministro da Fazenda era freqüentador assíduo da “mansão do lobby”, uma casa em que ex-assessores de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto arquitetavam negócios com o governo e promoviam festas.
Palocci dissera à CPI que jamais estivera na mansão. Daí a importância do depoimento do caseiro, interrompido pelo meio graças a uma liminar expedida pelo ministro Cezar Peluso, do SPT, em atenção a um pedido formulado, por orientação do Planalto, pelo senador petista Tião Viana (AC).
O caseiro Nildo teve seus dados bancários expostos sem que houvesse contra ele nenhum pedido de quebra de sigilo. A revista Época revelou que ele movimentou numa caderneta de poupança aberta na Caixa Econômica R$ 38.860 entre janeiro e março.
Em entrevista, Nildo disse ter recebido o dinheiro de um empresário piauiense chamado Eurípedes Soares da Silva. Disse que os depósitos somam R$ 25 mil e não R$ 38.860. O caseiro seria filho bastardo de Eurípedes. O empresário confirmou que é o autor dos depósitos.

Escrito por Josias de Souza às 19h37″

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