DA REDAÇÃO: José João da Mata, (85), residente de um pequeno povoado do Município de Cipó, músico, personalidade tradicional da comunidade. Um contexto perfeito para que se possa viver bem toda a sua terceira idade, em paz, na companhia de seus amigos e familiares. Um  contexto nada mais. “Zé Verde”, como popularmente conhecido, protagoniza uma das histórias políticas mais dramáticas de toda a região, motivo pela qual ganhou tamanha repercussão na região.

RELEMBRE O CASO

Durante sua campanha eleitoral,  o antigo gestor  do município, Jailton Macêdo, havia prometido construir uma praça nessa comunidade. Tendo vencido o pleito, chegara a hora de cumprir o prometido. Entretanto, percebeu-se que a localidade não dispunha de espaço físico suficiente para que  a obra fosse realizada, a não ser que se utilizasse da propriedade do “Zé Verde”, que além de sediar sua pequena casa de taipa, comportava um bar que funcionava nas dependências dessa casa. Diante de tal impasse, o próprio “Zé Verde”, vislumbrando o desenvolvimento de sua terra, disponibilizou-se a doar por completo sua propriedade. Em contrapartida, exigiu-se apenas que lhe construísse uma casa para sua moradia, vez que a já existente iria ser demolida, e que a administração do quiosque fosse concedida a um de seus netos, o “Jorginho”. Firmado o acordo, assim foi feito.

Com a posse do atual prefeito, Romildo, o inesperado aconteceu: o gestor determinou que todos os quiosques dos municípios fossem submetidos a um processo licitatório para que assim se determinassem os futuros responsáveis. E o quiosque do “Zé Verde” não ficou de fora. Tal medida casou indignação por parte da sociedade, vindo inclusive a se organizar um manifesto em defesa desse humilde cidadão. Mas que de nada adiantou, Zé Verde e seus familiares foram retirados do quiosque por meio de operação militar. O caso repercutiu em toda a região chamando atenção de diversas autoridades, inclusive o deputado federal Antônio Brito que visitou pessoalmente o “Zé Verde”.

Intrigados com as peculiaridades do caso e motivados desejo ardente de sempre manter o nosso internauta bem informado sobre o que de mais relevante ocorre em Pombal e Região, nós, da Redação do Blog do Gomes, fomos ao município de Cipó  ouvir as pessoas e autoridades da cidade  e acompanhar de perto essa situação.

Em solo cipoense, fomos recebidos pelo vereador Gean Gil, (PT), que tem acompanhado de perto toda essa situação e nos concedeu uma entrevista de pouco mais de 4omin. Segundo o Edil, o imbróglio se iniciou com o envio de um Projeto de Lei por parte do Gestor Municipal para a Câmara de Vereadores  visando estabelecer novas regras de concessão de uso de Bem Público, convertido na Lei 145/2013 estabelecendo  que todas as concessões sejam realizadas mediante licitação e não tendo prazo superior a 60 meses.

Entretanto, o vereador destacou que muito embora o processo legislativo tenha sido observado, o que garante a validade da lei, o prefeito se utilizou  da mesma para perseguir opositores que ocupavam os quiosques da cidade.  Sendo uma de suas vítimas a família da tradicional figura do Zé Verde.

“A retirada do neto do Zé Verde, o Jorginho, foi um ato político, pois na última eleição ele votou no Zé Roberto. E hoje quem administra o quiosque é uma pessoa ligada ao prefeito Romildo”, enfatizou.

Ainda segundo Gean, faltou bom-senso por parte da Administração Municipal diante o caso do Zé Verde, pois além da existência de um contrato que legalizou e deu direito ao Zé Verde a administração quiosque, trata-se de uma pessoa querida por todos, estando toda a população indignada com o fato.

Apesar de todos os esforços populares, Zé Verde e seus familiares foram retirados por meio de operação policial da posse do quiosque da comunidade. Entretanto, autoridades e pessoas sensibilizadas com o caso estão reunindo esforços para construir um novo quiosque para o Zé Verde.

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