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Opinião

Os remanescentes da ditadura

 

Euvaldo da Silva Caldas Neto*

 

As práticas condenáveis da ditadura estão, infelizmente, vivas na nossa Administração Pública, personificadas nas autoridades, recrutadas e subalternas aos coronéis, que se beneficiaram durante toda a opressão, e que continuam a ocupar postos chaves, perpetuando a corrupção.

Os mesmos atores, sejam eles de esquerda ou de direita, continuam, “sustentados pela sua história de vida”, se beneficiando das oportunidades propiciadas, em detrimento da maioria hipossuficiente.

Estão eles, e os seus filhos, na cúpula do Executivo, nas Secretarias de Estado, nos Tribunais, nas Secretarias de Estado e, ao mesmo tempo, nos Tribunais, aos poucos sendo constrangidos pela reação tímida, mas crescente da sociedade, agora livre.

Fingem-se de tolos, tentam reagir, mas o processo de estabelecimento da nova moral é irreversível. Submissos e forjados para obedecerem a todo tipo de ordem, com a garantia de que nada os atingiria, estão acostumados com a impunidade.

Entretanto, começam a temer as conseqüências de seus atos, pois apesar de estarem aparentemente protegidos pelos cargos vitalícios com os quais foram premiados pela fiel obediência, na intimidade, estão conscientes, e por isso temerosos, de que a sociedade, mesmo assim, pode puni-los.

Continuam, como na ditadura, empregando, sem concurso público, seus parentes e amigos, incapazes que são de concorrerem em igualdade de oportunidades com os demais cidadãos; continuam celebrando convênios de “Cooperação Técnica”, sempre com a finalidade de alcançarem objetivos pessoais; continuam viajando todo o Brasil e o Mundo, com passagens e diárias custeadas pelos parcos recursos públicos a pretexto de participarem de congressos e seminários; continuam descumprindo as leis, sempre à procura de brechas na legislação, para burlar a vontade do legislador e da sociedade; continuam multiplicando a ineficiência e o conseqüente caos em todas as áreas da Administração Pública.

Senhores, a sociedade, através das instituições públicas, vai forçá-los a cumprirem o contrato social, e vai puni-los devidamente, aguardem.

 

*Administrador de Empresas

Especialista em Auditoria Pública

Analista de Controle Externo no TCE/BAHIA

Estudante de Direito na Faculdade Católica

Diretor do SINDICONTAS BAHIA

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