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Vida de colonizado é assim mesmo

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Os protestos que começaram em São Paulo  e ganharam grande parte do território nacional mostram o quanto ainda somos colonizados pela região sulista. Vivemos uma das piores secas dos últimos oitenta anos e não vimos ninguém, por essas bandas, ir às ruas protestar contra a omissão das esferas governamentais com o drama de produtores e criadores que perderam praticamente tudo que possuíam.

A economia nordestina, em especial o semiárido, ficou aos frangalhos, muitas famílias sequer tinham água para beber. Mas o aumento de 20 centavos nas passagens do transporte coletivo parece ter sensibilizado mais o nordestino do que o cenário degradante e humilhante que passou e ainda passa o Nordeste em virtude da longa estiagem.

Parece que nossos formadores de opinião estão mais antenados com os problemas do sul do país do que com a realidade na qual estão inseridos. Duvido que se, por aqui, tivéssemos feito manifestações contra a negligência governamental em relação à estiagem, se algum paulistano ou carioca tivesse ido às ruas engrossar as fileiras dos flagelados da seca. E sabe por que não sairiam às ruas em defesa do nordeste torrado pela seca impiedosa?  Porque, para eles, é descabido serem influenciados por nós, nordestinos. Mas, para nós, ser influenciados por eles é moda, é chic, é cultural.

Se um dia acontecer o imponderável de São Paulo, onde há uma esmagadora presença de nordestinos que sabem muito bem os dramas vivido nessa região (muitos deles daqui saíram para não morrer de fome)  resolver tomar as ruas em defesa dos flagelados da seca, quem sabe nós não sairemos também.

Não resta dúvida que as massas que tomaram as ruas no Nordeste e outras regiões menos favorecidas do Brasil, fizeram isso mais por influência da mídia sulista do que propriamente por uma consciência de que algo não vai bem no Brasil. Faça-se uma pesquisa no nordeste e veremos que  Dilma continua, por aqui, inabalável na sua popularidade.

E sabe por que isso acontece? Porque, para nós, o que mais interessa é o Bolsa Família e copiar o sul do País. Quem sabe um dia despertamos e deixamos para trás essa vida de imitadores do  eixo Rio São Paulo, inclusive no futebol. Ou será que vida de colonizado é assim mesmo?

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