Por Eduardo Marini
Frei Galvão, agora Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, é de casa. Nascido em 1739 em Guaratinguetá, foi matriculado aos 13 anos no Colégio de Belém, na Bahia, administrado por religiosos jesuítas. Aos 21 anos, entrou para o noviciado da Vila de Macacu, no Rio de Janeiro e, um ano depois, foi admitido na ordem dos sacerdotes. Na época, pensava em ser jesuíta. Mas, diante das pressões feitas contra a organização pelo Marquês de Pombal, resolve seguir a ordem franciscana e estudar teologia e filosofia no Convento de São Francisco, em São Paulo. Em 1802, quase 30 anos depois de criar um recolhimento de mulheres, ele inaugura a Igreja do Recolhimento da Luz, hoje Mosteiro da Luz.
Antônio de Sant’Ana Galvão era surpreendente. Em seu artigo As realizações que fogem à compreensão humana atribuídas a Frei Galvão, Claudio Blanc enumera vários desses feitos. Como exemplo de bilocação, conta a história de uma visita que o frei teria feito a uma mulher grávida no interior de São Paulo. Para atender ao pedido da mulher, o marido partiu em direção ao Mosteiro da Luz. Chegando lá, soube que Frei Galvão estava no Rio de Janeiro. De volta, ouviu da mulher que o religioso tinha estado lá, ouviu sua confissão e abençoou a água que ela bebeu. Intrigado, ele partiu para o Rio e soube que o frei não tinha saído da cidade em momento algum. “Como se deu, não sei. Mas a verdade é que naquela noite lá estive”, disse o religioso. Em outro caso, Frei Galvão teria dado extrema-unção a um capataz que agonizava após receber uma facada na região de Jaú, no interior de São Paulo, em 1810. O detalhe: o religioso naquele momento pregava em uma igreja da capital. Teria interrompido o sermão para pedir às pessoas que rezassem “pela salvação de um irmão que agonizava em um lugar ermo”.
Fonte: Istoé Online
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