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Crônica eletrônica

O novo assusta
Tony Santos
Foto: Bernardo Diogo
Um dia conversando com um palestrante, ele me disse que as pessoas tendem a assustar-se com o novo. Então, curioso, perguntei: como assim? Bem, relatou-me o tal palestrante, quando nos vemos na obrigação de despertar a sociedade sobre algum perigo que a mesma está correndo e, buscando diminuir esse perigo, for preciso conscientizá-la de que seus costumes e hábitos precisam mudar, somos mal compreendidos. E, essa incompreensão aumenta ainda mais quando a transformação que se faz necessária envolve mexer com um comportamento enraizado, ou seja, que já virou cultura.
Quando criança, ouvi muito falar “o costume do cachimbo é que deixa a boca torta”. Esse adágio tão usado ainda nos dias de hoje indica que tudo aquilo que se faz com freqüência oferece resultados positivos ou negativos. É a tal famosa lei da causa e efeito. A probabilidade de tropeçar quando o ambiente está escuro é bem maior do que quando ele está claro. É muito óbvio isso, mas a partir de um simples exemplo como esse, permito-me refletir sobre nós mesmos e observar em que sentido precisamos mudar.
Costumo sempre trazer para minhas reflexões o que ouço das afirmações populares. Neste momento, peço sua permissão para usar mais uma delas, mas, por favor, não me interprete mal. O ditado popular que invoco agora, você já ouviu ou proferiu muito por aí afora, mas não se aborreça, procure ver nele algo diferente. Vamos, então, ao jargão: “errar é humano, mas continuar no erro é burrice.”
Gosto muito dessas frases proferidas pelas massas, pois diferentes daquelas que só podem se percebidas nas entrelinhas são facilmente assimiladas e têm um efeito prático e chamativo. O problema é que elas são repetidas demasiadamente, e às vezes não paramos para refletir a profundidade da sua mensagem. E, assim, de grandes conselhos e orientadores de comportamento, passam a ser palavras vãs, soltas no ar e pouco absorvidas e, consequentemente, não colocadas em prática.
Não é preciso analisar profundamente esse discurso para identificar o recado que ele pretende passar. Acertou quem pensou em “mudança”. Mudança, taí a palavra chave. Só para não perder o costume vou pedir mais uma vez licença para utilizar mais um jargão que também você já deve está cansado de ouvir: “só não muda quem tem idéia fixa, e que tem idéia fixa não bate bem da cabeça”. Acho que essas simples colocações são suficientes para mostrar a você, amigo leitor, o caminho que deve seguir, o caminho da mudança.
Portanto, não se assuste com as mudanças pelas quais está passado o nosso município. Use capacete e o ofereça também ao carona! Ande sempre habilitado! Não reclame quando, no futuro, chegar ao mercado e tiver que comprar uma carne mantida numa temperatura de 5º C. Tudo isso é novo em Ribeira do Pombal, apesar dos códigos que estabelecem essas exigências já existirem há bastante tempo.
Caramba, o quanto estamos atrasados, hen!? Mas nunca é tarde para mudar. Ah! Só para não perder o costume vai aqui um alerta. Já que estamos em ano de eleição, e eleição tem tudo haver com mudança, procure, portanto, saber se o candidato em quem você irá votar não é corrupto, pois, diferente de nós, esses nunca mudam e o pior, assustam.

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